No dia 27 de junho temos o dia internacional de conscientização sobre a escoliose idiopática e, para enfatizar a necessidade deste trabalho de conscientização, entidades de referência em pesquisa e tratamento de escoliose criaram a campanha do junho verde, um mês inteiro voltado para escoliose idiopática, uma patologia que acomete quase 13% da população mundial.
A Valore também aderiu a esta campanha e com o objetivo de trazer um pouco mais de informação a respeito dos temas, fizemos este artigo para vocês. Antes de falar sobre a escoliose idiopática e suas implicações para a saúde de seus portadores, é preciso entender um pouco sobre o que é a escoliose e suas subdivisões.
Escoliose é o nome dado ao desvio lateral da curvatura dá coluna, essa alteração no alinhamento vertebral pode se dar por diversos motivos: alterações miofasciais, adaptações posturais, distúrbios da musculatura intrínseca dos olhos, oclusão dos dentes e em alguns casos desconhecidos, como na escoliose idiopática.
Existem três tipos de escoliose e vamos ordená-las de acordo com o grau de incidência e gravidade para facilitar o entendimento. A primeira delas é a mais comum, essa é a escoliose funcional, aquela alteração que sempre que fazemos alguma avaliação física ouvimos falar “ Você tem escoliose!” e já pensamos “nossa isso é grave?” e após alguns esclarecimentos seguimos com nossas vidas sabendo que temos escoliose sem nos importar até que a coluna começa a doer e procuramos um médico dizendo “minhas costas doem, acho que é minha escoliose”. Esse tipo de alteração do alinhamento da coluna apresenta-se devido aos desequilíbrios de tensão dos músculos que controlam o posicionamento das estruturas ósseas do corpo e na maioria dos casos, se não revertido totalmente, pode ser controlado.
O condicionamento destas estruturas é influenciado por nossa demanda diária de como andar, sentar, dormir, trabalhar e até mesmo nossos relacionamentos e condições psicológicas associadas. A escoliose costuma se manifestar durante os estirões de crescimento da infância, quando os músculos e ossos aumentam seu tamanho e o cérebro precisa se adaptar a essas mudanças. Durante esse processo, a escoliose pode acontecer devido a uma divergência entre a imagem corporal criada pelo cérebro, como ideal, e o real posicionamento das estruturas ósseas, ou seja, o cérebro interpreta que o corpo está devidamente alinhado e simétrico mesmo quando não está. Quando não tratada essa divergência entre o posicionamento estrutural e imagem corporal que leva a formação da escoliose pode gerar dores que nos acompanham por toda a vida.
O tratamento da escoliose, apesar de longo e necessitar de reavaliações constantes, é relativamente simples e apresenta a bons resultados quando a disfunção é identificada na infância. Um programa de tratamento para correção postural devidamente prescrito, um pouco de instrução, mudança de hábitos posturais viciosos e prática de atividade física constante para manutenção dos resultados obtidos, já é o suficiente para obtermos ótimos resultados.
O segundo tipo é a escoliose estrutural, que como a funcional também é causada por alterações miofasciais e divergência entre o posicionamento estrutural e imagem corporal. Também, apresenta deformidades no tamanho, forma das vértebras e fixações articulares que limitam o retorno da coluna ao posicionamento ideal.
Por apresentar maior grau de acometimento no corpo do indivíduo, a intervenção no tratamento conservador também deve ser maior. Aumentando-se a frequência e tempo de tratamento, além de usar órteses, como os coletes de estabilização para sustentar o posicionamento ideal da coluna
. Em casos mais graves, em que o tratamento conservador não apresentou o resultado esperado, pode-se optar por uma intervenção cirurgia, a qual as vertebras são reposicionadas e fixadas com hastes e parafusos para sustenta
r o posicionamento obtido e limitar movimentos adicionais, demandando cuidados contínuos a partir daí.
O terceiro tipo de escoliose é a idiopática, ela é a mais agressiva quando não monitorada e tratada e por isso justifica-se a necessidade da conscientização a respeito. A escoliose idiopática apresenta causas multifatoriais e dificilmente identificadas, manifesta-se também na infância durante os estirões de crescimento e é muito mais agressiva ao corpo devido ao grau de deformidade gerado nas curvas da coluna. Apresenta complicações adicionais geradas pelas alterações mecânicas da escoliose, dentre elas as mais preocupantes são limitação da capacidade funcional para o trabalho e exercícios, sobrecargas articulares excessivas, o que leva a dor, a degenerações articulares precoces e a complicações respiratórias.
Seu tratamento conservador é semelhante aos anteriores, sendo primordial o início precoce dos trabalhos de condicionamento postural e prática de atividade física para impedir a progressão das alterações estruturais, controlar a dor e possíveis alterações respiratórias. Nos casos mais avançados, em que as mudanças nas curvaturas da coluna são grandes, o tratamento cirúrgico pode ser aplicado para impedir a progressão das deformidades.
Por fim, vale ressaltar que a escoliose pode ser controlada quando devidamente identificada e tratada e o acompanhamento multidisciplinar é fundamental para a saúde de seus portadores. a Valore temos profissionais devidamente qualificados para auxiliar no tratamento destas disfunções.