Palmilhas personalizadas para pés planos: descubra como a ciência e casos reais mostram seus benefícios

Os pés planos podem gerar dores e desequilíbrios. Portanto, o uso de palmilhas personalizadas para pés planos mostra ótimos resultados para corrigir a pisada, aliviar sintomas e melhorar a postura desde o primeiro atendimento. Além disso, essas soluções incluem também o uso de palmilhas sob medida para pés planos, palmilhas ortopédicas personalizadas e até mesmo palmilhas feitas sob medida, que se adaptam ao formato único de cada pé e oferecem suporte eficaz.

Ademais, muitos pacientes relatam benefícios duradouros quando associam o tratamento com palmilhas fisioterapêuticas para pé chato, que trabalham em conjunto com exercícios de fortalecimento e estabilização. Logo, esse tipo de recurso individualizado ajuda não apenas a reduzir dores, mas também a prevenir complicações em joelhos, quadris e coluna. Portanto, o papel fundamental das palmilhas individualizadas para correção da pisada no cuidado integral da saúde postural é inegável.


Introdução

Você já parou para pensar em como a forma do seu pé influencia todo o corpo? Pois é, os pés são a base de sustentação e, quando apresentam alterações como o pé plano, podem desencadear sintomas importantes como pé plano e dores nos joelhos, desequilíbrios posturais e até sobrecargas em quadris e coluna. Estima-se que até 20% dos adultos tenham algum grau de pé plano sintomático [1]. Esse número representa milhões de pessoas no Brasil enfrentando desconfortos diariamente. Por outro lado, existe também uma grande parcela de pessoas com pés planos assintomáticos, que muitas vezes passam a vida sem dor significativa. No entanto, guidelines internacionais recomendam acompanhamento, pois sintomas podem surgir ao longo do tempo, especialmente em situações de sobrecarga, prática esportiva ou envelhecimento [2].

Entre os sintomas mais comuns do pé plano estão dor ou fadiga nos pés após longos períodos em pé, instabilidade ao caminhar, dificuldade em usar determinados calçados, rigidez matinal, câimbras frequentes na panturrilha, desgaste irregular de calçados e até limitação em atividades esportivas. Além disso, queixas em joelhos e quadris relacionadas a desalinhamentos biomecânicos aparecem com frequência. Em casos mais avançados, ocorre limitação funcional importante e aumento do risco de lesões por sobrecarga [3]. As diretrizes do NICE recomendam acompanhamento de crianças e jovens com pés planos, ainda que assintomáticos, para prevenir evolução para quadros dolorosos ou deformidades. Já o consenso do American College of Foot and Ankle Surgeons orienta que adultos com pé plano adquirido recebam avaliação precoce, com foco em palmilhas sob medida para pés planos e exercícios de estabilização.


O que a ciência mostra sobre palmilhas personalizadas

As palmilhas ortopédicas personalizadas não são acessórios comuns. Assim, o fisioterapeuta as prescreve após avaliação detalhada que inclui avaliação da pisada com baropodometria e teste de equilíbrio com estabilometria. Esses exames são fundamentais na baropodometria para avaliação da pisada e na análise de estabilidade postural [4][5].

Estudos de alta qualidade e revisões sistemáticas mostram que o uso de palmilhas feitas sob medida traz benefícios significativos em diferentes populações:

  • Reduz em até 40% a intensidade da dor em pacientes com pé plano e síndrome femoropatelar ao longo de 6 a 12 semanas [4].

  • Melhora de forma objetiva a distribuição das pressões plantares, reduzindo áreas de sobrecarga que poderiam gerar calosidades, fascite plantar ou tendinites [5].

  • Em esportistas, está associado a uma redução de 20% a 30% no risco de lesões por sobrecarga, como estresse tibial medial e dor patelofemoral [6].

  • Em idosos, aumenta a estabilidade postural e diminui em até 34% o risco de quedas recorrentes, conforme ensaios clínicos controlados [7].

Além disso, guidelines internacionais indicam que as palmilhas individualizadas para correção da pisada não devem ser vistas isoladamente, mas sim como parte de um programa multimodal. Ensaios clínicos randomizados mostram que, quando associadas a programas de fisioterapia ortopédica, os ganhos são mais expressivos. Pacientes com dor femoropatelar apresentaram até 55% de melhora funcional quando combinaram palmilhas com exercícios específicos de quadríceps e glúteo médio. Outros estudos indicam que o treino de propriocepção reduz em 45% a reincidência de entorses de tornozelo em pessoas com pé plano. Logo, programas de correção de marcha e estabilização do quadril potencializam a eficiência das palmilhas, garantindo maior adesão, melhora da performance em atletas e prevenção de complicações a longo prazo.


Exames fundamentais antes da confecção das palmilhas

Na consulta fisioterapêutica individualizada, o profissional realiza uma avaliação clínica minuciosa. Assim, ele observa postura estática e dinâmica, tipo de marcha, alinhamento dos joelhos, quadris e coluna, histórico de lesões, uso prévio de palmilhas, calçados habituais e rotina de atividades. Além disso, aplica testes específicos de mobilidade do tornozelo, força dos músculos intrínsecos do pé, estabilidade do quadril e presença de valgo ou varo de joelhos. Dessa forma, a avaliação clínica fornece pistas importantes sobre como os pés influenciam toda a cadeia postural.

Além disso, exames complementares tornam a prescrição das palmilhas ainda mais precisa:

  • Baropodometria para avaliação da pisada: mostra em tempo real como o peso se distribui nos pés, revelando pontos de sobrecarga, ausência de contato plantar e alterações de pronação ou supinação.

  • Estabilometria e equilíbrio postural: mede oscilações do corpo e a capacidade de manter o equilíbrio em diferentes condições. Esse exame é fundamental em pacientes com instabilidade postural, idosos, atletas e pessoas com histórico de quedas.

  • Exames de imagem: quando necessário, radiografias e ressonância magnética ajudam a descartar alterações estruturais, como artrose avançada ou lesões ligamentares.

  • Outros testes funcionais: dinamometria para força muscular e goniometria para amplitudes de movimento complementam o diagnóstico fisioterapêutico.

Portanto, a integração entre exame clínico e exames complementares gera um panorama global da função dos pés e da postura. Isso permite criar palmilhas posturais personalizadas com alta assertividade, conforto e eficácia.


Caso clínico – Paciente M.

M., mulher jovem e praticante de musculação, apresentava queda dos arcos plantares desde a infância. No entanto, sempre usou palmilhas de suporte, mas nos últimos meses começou a sentir pé plano e dores nos joelhos, principalmente ao subir e descer escadas, ficar muito tempo em pé ou agachar.

Após avaliação médica, encaminhou-se para fisioterapia com pedido de confecção de novas palmilhas. Durante a consulta fisioterapêutica individualizada, identificamos:

  • Queda bilateral do navicular, maior à esquerda.

  • Valgo dinâmico de joelhos, predominante à esquerda.

  • Padrão de retropulsão postural e hiperextensão de joelhos.

Na baropodometria para avaliação da pisada, observamos:

  • Ausência de contato dos arcos plantares.

  • Sobrecarga no calcanhar esquerdo.

  • Redução alarmante da pressão nos antepés.

Na estabilometria e equilíbrio postural, constatamos instabilidade postural com deslocamento do centro de gravidade para a esquerda. Isso aumentava a sobrecarga no joelho sintomático.

Intervenção

Inicialmente, testamos palmilhas de elevação do arco plantar. Contudo, o resultado foi insatisfatório: além de não corrigirem os parâmetros da baropodometria, causaram dor no pé. Ao incluir um elemento de estabilização do navicular, a paciente relatou alívio imediato da dor e maior segurança ao apoio.

Com base nisso, confeccionamos palmilhas sob medida para pés planos com foco na redistribuição das pressões e estabilização articular. Assim, duas semanas após o início do uso, M. estava assintomática, retomando os treinos com ajustes específicos para estabilização pélvica e fortalecimento dos rotadores externos de quadril.


Conclusão prática

O caso de M. mostra que não basta “usar qualquer palmilha”. É preciso um recurso personalizado, associado a uma avaliação clínica detalhada e exames funcionais. Portanto, as palmilhas personalizadas funcionam como ferramentas eficazes para tratar o pé plano, reduzir dores e prevenir sobrecargas. Ademais, elas precisam estar integradas a um programa de reabilitação ativo.

👉 Se você sente dores nos pés, tornozelos ou joelhos, agende sua consulta fisioterapêutica individualizada em nossa clínica em Betim. Com a avaliação detalhada, exames de baropodometria para avaliação da pisada e estabilometria e equilíbrio postural, indicamos o uso de palmilhas feitas sob medida com segurança e eficácia.


Orientações práticas para pais e atletas

Para os pais, a recomendação é observar desde cedo o desenvolvimento da marcha das crianças e ficar atentos a sinais como quedas frequentes, desgaste irregular dos calçados ou queixas de dor. Embora muitos pés planos infantis sejam fisiológicos e melhorem com o crescimento, uma avaliação fisioterapêutica precoce garante segurança e pode prevenir complicações futuras. Estudos mostram que cerca de 44% das crianças entre 3 e 6 anos apresentam algum grau de pé plano, e em parte delas o quadro pode se tornar sintomático com o passar dos anos [1].

Já para atletas, o cuidado precisa ser redobrado. Mesmo sem dor, o pé plano aumenta o risco de sobrecarga em articulações, principalmente durante treinos intensos ou competições. Pesquisas indicam que até 25% dos corredores recreativos apresentam alterações relacionadas ao pé plano, o que eleva o risco de lesões como síndrome femoropatelar e estresse tibial medial [6]. A baropodometria para avaliação da pisada auxilia a identificar desequilíbrios que prejudicam a performance, enquanto a confecção de palmilhas ortopédicas personalizadas atua como estratégia preventiva, reduzindo lesões, otimizando o rendimento e evitando afastamentos esportivos desnecessários.

No caso dos idosos, a atenção é igualmente importante. Aproximadamente 20% das pessoas acima de 60 anos apresentam pé plano adquirido, o que aumenta a instabilidade postural e o risco de quedas [7]. O uso de palmilhas, associado a exercícios de fortalecimento e treino de equilíbrio, reduz significativamente a probabilidade de quedas recorrentes, favorecendo autonomia e qualidade de vida.

Referências

  1. WOO, J. et al. Flatfoot prevalence and related factors in adults. J Foot Ankle Res, 2019;12:59. https://doi.org/10.1186/s13047-019-0367-2

  2. NICE. Flatfoot in children and young people: assessment and management. NICE Guideline, 2021. Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/ng215

  3. AMERICAN COLLEGE OF FOOT AND ANKLE SURGEONS. Clinical Consensus Statement: Adult Acquired Flatfoot. J Foot Ankle Surg, 2020;59(2):349-356. https://doi.org/10.1053/j.jfas.2019.09.009

  4. FERNANDES, R. et al. Foot orthoses in patellofemoral pain syndrome: systematic review. Br J Sports Med, 2017;51(9):701-707. https://doi.org/10.1136/bjsports-2016-096435

  5. REDMOND, A. C.; LANDORF, K. B.; KEENAN, A-M. Foot orthoses: efficacy and clinical applications. BMJ, 2009;338:b112. https://doi.org/10.1136/bmj.b112

  6. NIELSEN, R. O. et al. Foot orthoses and injury prevention in runners: systematic review. Scand J Med Sci Sports, 2014;24(5):819-828. https://doi.org/10.1111/sms.12211

  7. SHIBATA, Y. et al. Effect of foot orthoses on balance in older adults: randomized trial. Gait Posture, 2016;44:1-6. https://doi.org/10.1016/j.gaitpost.2015.10.003

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