Exaustão física e mental causada pelo estresse: como identificar, entender e superar
Você já se sentiu cansado além do normal, mesmo descansando? Ou percebe que pequenos problemas te deixam irritado ou sem foco? Esses podem ser sinais de um vilão bem discreto: o estresse, que silenciosamente vai corroendo sua energia física e emocional.
A boa notícia é que você pode agir — entender como ele surge e se torna um problema crônico é o primeiro passo para interromper esse ciclo.
2. O que é o estresse e sua história natural
2.1. Origem do conceito
O médico Hans Selye, pioneiro no tema, definiu estresse como uma resposta generalizada do organismo diante de qualquer demanda. Ele descreveu a Síndrome Geral de Adaptação (SGA), que mostra as fases do corpo ao lidar com estímulos estressores.
2.2. Fisiologia e importância do estresse
O estresse é, inicialmente, um mecanismo de defesa vital. Ao detectar um estressor, o cérebro aciona o eixo hipotálamo–hipófise–adrenal (HPA), liberando adrenalina, noradrenalina e cortisol. Esses hormônios aumentam frequência cardíaca, pressão arterial e energia disponível, deixando corpo e mente em alerta.
👉 Em curto prazo, o estresse é protetor: aumenta foco, desempenho e pode salvar vidas.
⚠️ Mas quando se torna crônico, desgasta o organismo e gera doenças.
3. As 3 fases do estresse (Síndrome Geral de Adaptação – SGA)

🔹 1. Fase de Alarme – Corpo em alerta
- Fisiologia: liberação de adrenalina e noradrenalina.
- Efeitos: batimentos acelerados, respiração rápida, músculos tensos.
- Sinais: mãos suadas, frio na barriga, foco extremo.
👉 Aqui o estresse é útil: prepara você para agir.
🔹 2. Fase de Resistência – O esforço de adaptação
- Fisiologia: predomínio do cortisol, mantendo o alerta.
- Efeitos: consumo elevado de energia, queda da imunidade.
- Sinais: cansaço acumulado, irritabilidade, insônia, lapsos de memória.
👉 O corpo resiste, mas começa a se desgastar.
🔹 3. Fase de Exaustão – Quando o corpo entra em colapso
- Fisiologia: esgotamento, inflamação crônica, imunidade baixa.
- Efeitos: risco de doenças cardiovasculares, metabólicas e emocionais.
- Sinais: fadiga intensa, dores recorrentes, enxaqueca, depressão.
👉 Aqui o estresse deixa de ser adaptativo e passa a ser destrutivo.
4. Incidência e prevalência: o estresse pelo mundo
- 35,1 % da população mundial relatou estresse recente.
- Durante a pandemia, 29,6 % da população apresentou estresse.
- Entre 2007 e 2021, os índices globais subiram de 26 % para 38 %.
- Em pacientes com doenças crônicas, 68,7 % apresentaram estresse.
5. Sinais de exaustão física e mental por estresse
- Infecções e alergias recorrentes
- Distúrbios digestivos
- Insônia ou sono fragmentado
- Irritabilidade, ansiedade e apatia
- Fadiga intensa e dificuldade de concentração
- Tremores, câimbras, bruxismo e tics
- Dores tensionais, enxaquecas, oscilações térmicas
- Alterações no apetite e desejo por estimulantes
- Cicatrização lenta e lesões frequentes
6. Como prevenir e reverter os efeitos do estresse
O estresse é inevitável, mas não precisa ser destrutivo. A chave está em reconhecer seus limites e adotar práticas de prevenção e recuperação.
6.1. Prevenção
- Autoconhecimento: diário de humor e sono ajuda a identificar gatilhos (Kabat-Zinn, 2003).
- Diferenciar eustresse de distresse: pergunte-se “Isso me impulsiona ou me adoece?”.
- Mindfulness: reduz sintomas de estresse em até 38% (JAMA, 2014).
6.2. Estratégias de recuperação
- Sono reparador: dormir <6h aumenta risco de estresse crônico em 45% (National Sleep Foundation, 2020).
- Exercícios físicos: 30 min/dia reduzem estresse e ansiedade (APA, 2021).
- Alimentação equilibrada: desidratação leve já piora humor e fadiga (Ganio et al., 2011).
- Conexões sociais: relações de apoio reduzem risco de depressão (Holt-Lunstad et al., 2010).
- Contato com a natureza: 20 min em área verde reduzem cortisol (Hunter et al., 2019).
6.3. Quando buscar ajuda profissional

Se os sintomas persistirem, busque apoio de:
- Psicólogos – manejo emocional.
- Médicos – avaliação de condições associadas.
- Fisioterapeutas – alívio das tensões físicas (dores musculares, postura) → Consulta Fisioterapêutica na Valore
- Nutricionistas e educadores físicos – ajustes de dieta e rotina de exercícios.
7. FAQ – Perguntas Frequentes sobre Estresse
1. O estresse pode ser bom para a saúde?
Sim! O eustresse motiva, aumenta foco e pode impulsionar conquistas. O problema é quando o estresse se torna crônico.
2. Quanto tempo o corpo aguenta viver em estresse crônico?
Depende do indivíduo, mas estudos mostram que após semanas a meses, já começam os prejuízos físicos e mentais (Selye, 1976).
3. O estresse pode causar doenças físicas?
Sim. Está associado a hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e distúrbios gastrointestinais (WHO, 2019).
4. Existe exame para medir o estresse?
Não há um exame único, mas é possível avaliar níveis de cortisol e aplicar escalas psicológicas (Perceived Stress Scale).
5. Como a fisioterapia pode ajudar?
A fisioterapia auxilia no alívio de dores musculares e posturais, comuns em pessoas sob estresse crônico. Técnicas como quiropraxia e fisioterapia ortopédica são eficazes no tratamento complementar.
8. Conclusão e chamada para ação
O estresse é parte natural da vida e até pode ser útil em doses controladas. Mas quando se torna crônico, passa a ser um inimigo da saúde, levando à exaustão física e mental. Reconhecer seus sinais é o primeiro passo para transformar sua rotina e recuperar o equilíbrio.
👉 Na Valore Fisioterapia, você encontra profissionais especializados em aliviar dores físicas, melhorar sua postura e apoiar seu processo de recuperação. Agende sua avaliação e cuide de si hoje mesmo.
Referências (ABNT)
- KABAT-ZINN, J. Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR). Psychosomatic Medicine, 2003.
- GROSSMAN, P. et al. Mindfulness-based stress reduction and health benefits: A meta-analysis. JAMA Internal Medicine, 2014.
- GANIO, M. S. et al. Mild dehydration impairs mood and cognition. Journal of Nutrition, 2011.
- HOLT-LUNSTAD, J. et al. Social relationships and mortality risk: A meta-analytic review. PLOS Medicine, 2010.
- HUNTER, M. R. et al. Nature exposure reduces stress in the context of daily life. Frontiers in Psychology, 2019.
- NATIONAL SLEEP FOUNDATION. Sleep and Health. 2020.
- HARVARD T.H. CHAN SCHOOL OF PUBLIC HEALTH. Nutrition and Mental Health. 2019.
- AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION (APA). Stress in America Survey. 2021.
- SELYE, Hans. Stress in health and disease. Boston: Butterworth-Heinemann, 1976.
- WORLD HEALTH ORGANIZATION. Stress at the workplace. Disponível em: https://www.who.int/news-room/questions-and-answers/item/stress-at-the-workplace. Acesso em: 3 set. 2025.
- SALARI, N. et al. Prevalence of stress, anxiety, and depression during COVID-19 pandemic. Globalization and Health, 2020.
- VADAKKINIATH, I. J. Prevalence of stress, anxiety, and depression in patients with chronic diseases. Middle East Current Psychiatry, 2023.
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A prática regular de exercícios, exposição à luz natural pela manhã e evitar cafeína e álcool à noite também são estratégias eficazes. Além disso, o fisioterapeuta pode atuar na regulação do sono, tratando dores, tensões musculares, alterações respiratórias e estresse físico por meio de técnicas como terapia manual, neuromodulação e exercícios específicos.
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