Educação em dor no tratamento para coluna: A importância de conhecer, prevenir e cuidar

O tratamento para coluna é um tema que envolve não apenas intervenções terapêuticas, mas também a educação e conscientização do paciente. Aprender sobre as condições que afetam a coluna, os fatores de risco e as melhores práticas para preveni-las faz uma enorme diferença na saúde e no bem-estar a longo prazo. Compreender o próprio corpo e seus sinais pode ajudar a evitar complicações e maximizar os efeitos de qualquer tratamento aplicado.

Por que a educação em dor é importante no Tratamento da Coluna?

Muitos problemas de coluna, como travamentos ou espasmos da coluna, lombalgia, hérnia de disco,estenoses e dores ciáticas, são amplamente influenciados pelo estilo de vida e hábitos diários. Quando os pacientes entendem as causas e consequências dessas condições, tornam-se mais motivados a adotar hábitos saudáveis e a praticar atividades que protejam e ajudem no gerenciamento da dor da coluna. Além disso, a educação permite que eles reconheçam sintomas iniciais e busquem ajuda profissional antes que o problema se agrave.

A educação em dor também ajuda a evitar o uso incorreto de técnicas e tratamentos que podem prejudicar em vez de ajudar. Por exemplo, um paciente informado saberá que a dor na coluna nem sempre indica a necessidade de repouso absoluto e que na maioria dos casos este é contra indicado pois pode prolongar o período de dor ou mesmo a gravá-lo. Ele também entende que, muitas vezes, movimentos controlados, manutenção da rotina e atividades do dia a dia respeitando o limite da dor associados fazem parte do processo de recuperação.

Pilares da Educação no Tratamento para Coluna

Entendimento das Estruturas da Coluna: 

Compreender a estrutura anatômica da coluna vertebral, composta por vértebras, discos, músculos e nervos, e sua função no corpo ajuda o paciente a visualizar como o corpo se movimenta e a reconhecer possíveis problemas. A coluna vertebral sustenta o corpo, permite a flexão, extensão e rotação do tronco, além de proteger a medula espinhal, responsável pela transmissão de sinais nervosos.

 Saber disso ajuda o paciente a compreender os nomes difíceis de estruturas e diagnósticos que muitas vezes fazem a condição de saúde parecer pior e mais difícil de lidar do que realmente é. 

Além disso, o entendimento de que a coluna foi feita para se movimentar e receber carga ajuda no entendimento de que nem sempre o movimento é a causa ou um agravante da condição e que na maioria das vezes é a solução para resolução da dor.

Prevenção e Hábitos: 

Os sintomas na coluna em sua maioria são multifatoriais e nosso estilo de vida está diretamente associado à boa parte dos fatores que podem agravar a condição dor. A falta de condicionamento físico devido ao sedentarismo e a privação e/ou baixa qualidade do sono são exemplos de atividades ligadas aos nossos hábitos e rotinas que podem impactar na frequência, intensidade e duração da dor e podem ajudar na prevenção e tratamento da Coluna.

Para quem quer prevenir ou tratar dor na coluna aprender sobre o impacto dos hábitos e estilo de vida dá poder sobre a condição pois permite o gerenciamento da dor sem ou com pouco auxílio profissional reduzindo assim os gastos com saúde e tempo de resolução do problema

Essa mudança é especialmente útil na prevenção e diminuição da recorrência dos episódios de dor na coluna sendo um dos pilares do tratamento para coluna.

Conhecimento sobre exercícios e movimentação segura:

 Hoje em dia existem muitas crenças sobre movimento e exercícios que prejudicam quem precisa de tratamento para a coluna. Sempre tem alguém para dizer que você não pode se abaixar, não pode pegar peso, dobrar a coluna, que você tem que fazer Pilates ou algo do tipo.

O processo de educação em dor ajuda a desmistificar essas crenças, deixando o paciente mais seguro e confiante para se movimentar. Nosso corpo foi feito para se abaixar e pegar peso e a coluna é articulada para dobrar, esticar, torcer e fazer tudo aquilo que precisarmos. O Pilates é tão bom para o tratamento da coluna quanto qualquer outra atividade física desde que seja devidamente prescrito.

A Educação sobre o movimento no tratamento da coluna

Quando pensamos em tratamento para coluna incorporar movimento a rotina e atividades é parte do processo para restaurar a função da coluna e os exercícios são fundamentais para isso. No processo de educação que ocorre no tratamento é explicando ao paciente a importância do movimento para a manutenção da função da coluna e isso é treinado para que o paciente se sinta confiante e capacidade para se movimentar sem medo de machucar a coluna.

Quando é preciso evitar ou limitar algum  movimento ou exercício

Em casos que existe alguma limitação anatômica, doença ou perda de função da coluna que demande algum tipo de cuidado em relação a sobrecargas o paciente é treinado para que essas limitações tenham o mínimo de impacto possível em seu estilo de vida.

Educar o sobre o melhor movimento ou exercício para tratar coluna

 É importante saber que a coluna não sabe se você está fazendo Pilates, Musculação, Crossfit ou qualquer outra modalidade. O que ela sabe é se você está se movimentando regularmente e se os movimentos que você faz a irritam ou não. 

Muitos estudos científicos foram feitos para tentar descobrir qual modalidade ou exercício é melhor para coluna e a conclusão foi que não existe um melhor que o outro e que mais importante do que o tipo devemos dar atenção a intensidade (não fazer mais do que damos conta) para não sentir dor e fazê-lo com regularidade para ter resultados progressivos.

No processo de tratamento sempre tentamos encontrar a atividade que é mais mais entregue resultados para o paciente levando em consideração o gosto pessoal, praticidade e, quando necessário, efetividade sobre as limitações físicas que demanda atenção.

Identificação de Sintomas Precoces: 

A educação inclui ensinar os pacientes a identificar sintomas de possíveis lesões ou condições degenerativas, como dores recorrentes, formigamentos, perda de mobilidade e sensação de rigidez. Com esse conhecimento, os pacientes são mais propensos a buscar ajuda antes que a condição se agrave.

Além disso, o paciente também é educado a identificar os possíveis fatores causais desses sintomas. A análise das mudanças de rotina nos dias anteriores ao surgimento dos sintomas podem ajudar na resolução do problema.

Nutrição e Hidratação Adequadas: 

A nutrição e a Hidratação muitas vezes são negligenciados no tratamento para coluna. Aprender sobre o impacto da alimentação na produção de inflamação e recuperação dos músculos do corpo é parte do processo para criação de um corpo saudável que irá responder melhor ao tratamento. Parte do processo de dor na coluna se dá pelo cansaço, seguidos de fadiga e dor. A boa hidratação e nutrição capacita o corpo para tolerar esforços por mais tempo reduzindo a frequência dos episódios de dor.

A Importância da Participação Ativa do Paciente no Tratamento

A educação no tratamento da coluna envolve tornar o paciente protagonista de sua recuperação. Quando o paciente se torna um agente ativo no tratamento, ele pode adotar com mais facilidade as práticas recomendadas e seguir os cuidados preventivos, melhorando as chances de sucesso do tratamento.

Essa participação ativa envolve:

• Autoavaliação Regular: Por meio do conhecimento, o paciente pode monitorar a própria evolução, identificar sinais de alerta e manter uma comunicação eficaz com os profissionais de saúde.
• Prática de Exercícios Domiciliares: Muitos programas de reabilitação para coluna incluem exercícios que podem (e devem) ser feitos em casa. Educar o paciente sobre a importância da continuidade do exercício e sobre a execução correta reduz a chance de recaídas.
• Adaptação de Hábitos Diários: Pequenas adaptações no cotidiano, como ajustar a altura do monitor, escolher cadeiras ergonômicas e evitar carregar bolsas pesadas, são medidas que previnem o agravamento de condições existentes e evitam novas lesões.

Como profissionais de saúde contribuem para a educação no tratamento para coluna

O fato da dor na coluna ser multifatorial demanda abordagem de diversas especialidades. Uma vez identificados os fatores, cada especialista irá contribuir no processo de capacitação e tratamento do paciente. Esses profissionais podem oferecer orientações personalizadas e adaptar as informações à realidade e às necessidades específicas de cada pessoa.

• Orientação Individualizada: Por meio de avaliações, o profissional identifica as necessidades e limitações do paciente, oferecendo uma educação específica e orientações detalhadas sobre exercícios, postura e ergonomia.
• Sessões de Orientação e Workshop: Alguns centros de tratamento oferecem workshops educativos onde os pacientes podem aprender sobre prevenção, exercícios básicos e cuidados para a coluna. Esse tipo de ambiente permite que os pacientes tirem dúvidas e pratiquem sob orientação.
• Acompanhamento e Feedback Constantes: O acompanhamento permite avaliar a evolução do tratamento, reforçar a educação e corrigir possíveis falhas no entendimento ou na execução das orientações.

Técnicas de autocuidado que todo paciente deve conhecer

Além de exercícios específicos, existem técnicas de autocuidado que podem ser adotadas no cotidiano para manter a coluna saudável:

• Movimentação diária: Incorporar movimento de forma regular ao longo do dia alivia a pressão sobre a coluna e melhora a circulação sanguínea nos músculos de sustentação. Para aqueles que não possuem ocupações que demandam muito tempo parados é necessário separar um momento do dia para esse movimento em sessões de treinamento para tentar minimizar os impactos dessa falta de movimento ao longo do dia.
• Pausas regulares ao longo do dia: Nosso corpo não foi feito para ficar parado ou se movimentar o tempo todo. A alternância gera um corpo mais capacitado, por isso estabeleça pausas ao longo do dia para trocar de atividade ou mesmo se movimentar para evitar a repetição de movimento ou mesmo para dar um descanso para a coluna.
• Não existe postura ideal: A melhor postura é sempre a próxima, preocupe-se menos em fazer um movimento certo ou postura certa e pense mais em se mexer. Seu corpo já escolhe a melhor forma de se mexer ou mesmo a melhor postura para fazer tudo que você precisa de forma inconsciente. Preocupe-se em não fazer isso demais ou de menos que tudo vai dar certo. Caso esteja se perguntando como saber a dose ideal tente escutar seu corpo, se doeu provavelmente tem algo errado.
• Autoavaliação: Adotar o hábito de verificar de examinar seus hábitos e comportamentos nos 3-4 dias anteriores à dor pode te ajudar a identificar o que mudou e gerou ameaça para a coluna te levando a sentir dor. Usei o termo ameaça pois a dor nada mais é do que uma resposta de proteção do seu corpo a algum tipo de ameaça. Seja ela física,química, emocional ou social. Então se você identificar a ameaça e a corrigir você vai conseguir reduzir essa resposta de proteção.

Conclusão

A educação no tratamento para coluna é uma parte essencial para promover saúde, prevenir dores e evitar lesões. Com um bom entendimento sobre a anatomia da coluna, movimentação, nutrição e exercícios, os pacientes têm maior chance de sucesso em seus tratamentos e, além disso, podem adotar um estilo de vida preventivo que protege a coluna a longo prazo.

Assim, a educação deve ser vista como um investimento em saúde, com benefícios que vão muito além do tratamento e que trazem qualidade de vida e autonomia para cada pessoa.