Nos últimos anos, o estresse é apontado como causador ou fator comum de vários sintomas em indivíduos economicamente ativos. Queixas de alergias, febres recorrentes, problemas digestivos, insônia, irritabilidade, fadiga física e mental, depressão, tremores, cãibra e muitas outras são regularmente associadas a altos níveis de estresse.
Para melhor lidar com o estresse e seus sintomas, precisamos conhecer e entender porque nosso corpo manifesta essas respostas. Então, trouxemos para você, leitor, várias dicas importantes de como ajudá-lo a combater o estresse e seus agravantes. Veja a seguir algumas informações indispensáveis e dicas para o combate dos males relacionados ao estresse.
Segundo Hans Selye, cientista pioneiro nas pesquisa sobre estresse e seus efeitos no corpo humano, o estresse é “uma resposta não específica do corpo a qualquer demanda”, a qual apresenta manifestações tanto psicológicas, quanto físicas. O mesmo autor anos mais tarde dividiu o estresse em duas categorias: o Eustresse, que é o estresse produzido por coisas que gostamos de fazer e coisas que fazem bem para nós e o Distresse, que são todas as atividades que nós não gostamos mas fazemos.
Hans em suas pesquisa nomeou como Síndrome de adaptação Generalizada (Generalized adaptation Syndrome (GAS)) o processo que todos nós passamos após sermos expostos a qualquer tipo de estresse. Após recebê-lo o corpo humano passa por três fases de resposta distintas. Na primeira fase de reação do corpo ao estresse, sua “reação de alarme”, em um período de curta duração, as habilidades de reação do corpo ao estímulo são diminuídas bruscamente para, então, iniciar um processo de reação ao estressor.
Na segunda fase, se o estímulo de estresse continua, o corpo reage e entra em um estado de resistência, o que aumenta a liberação de hormônios e a capacidade de reação do corpo, aprimorando suas resposta de reação e estado de alerta. É nesta fase que o corpo está mais preparado para lidar com a demanda gerada pelo estressor e caso não consiga o corpo passa para o terceiro estágio da síndrome de adaptação.
Quando o estímulo de estresse se prolonga por muito tempo, passa-se para a terceira fase da síndrome de adaptação. Nesta fase, o corpo entra em um estado de exaustão em que não é mais capaz de produzir recursos químicos para se adaptar ao estresse e começa a manifestar sinais de fadiga que são prejudiciais à saúde. Abaixo temos alguns dos principais sintomas de fadiga manifestados pelo corpo na terceira fase de adaptação ao estresse:
- Infecções recorrentes;
- Alergias e febres;
- Problemas de estômago e digestivos;
- Insônia;
- Irritabilidade;
- Queda de energia e fadiga física;
- Fadiga mental, perda concentração, confusão mental;
- Depressão;
- Tremores, tics e câimbras;
- Bruxismo e sensibilidade nos dentes;
- Problemas de ATM;
- Mudanças bruscas de temperatura do corpo;
- Sudorese excessiva;
- Diarreia;
- Enxaqueca;
- Aumento dos sintomas pré-menstruais;
- Dores no pescoço e lombar;
- Mudanças de apetite;
- Desejo forte por estimulantes como cafeína, açúcar e álcool;
- Lesões recorrentes e dificuldade para cicatrização.
Essas manifestações são sinais de que o corpo não consegue mais lidar com as demandas geradas por todo estresse e começa a apresentar sintomas de falha na manutenção de uma vida saudável. Todos estes sintomas podem ser reduzidos e, muitas vezes, eliminados com a mudança de alguns hábitos e autoconhecimento. Porém, em quadros mais avançados o acompanhamento profissional multidisciplinar pode ser necessário para tratamento de manifestações físicas e psicológicas mais graves.
Para ajudar todos aqueles que manifestam algum sinal de exaustão causado pelo estresse ou querem evitá-los temos algumas dicas importantíssimas:
Encontre seu nível natural de estresse e não se force até o estado de fadiga Conhecer seu limite natural de estresse e entender até que ponto seu corpo tolera esses estímulos sem que sejam malefícios para sua saúde é fundamental para quem deseja ter um bom controle sobre seus níveis de estresse e evitar a fadiga.
Aprenda a diferença entre eustresse e distresse
Saber identificar se determinada atividade ou tarefa estressante é ou não prazerosa para você, ou seja, se trata-se de um tipo de eustresse ou distresse pode te ajudar a decidir se vale ou não a pena manter esta atividade em sua vida. Além disso, identificar se seu nível de estresse está alto devido a exposição a um estressor específico ou ao excesso deles pode te ajudar a prevenir a exaustão.
Análise precisamente seus problemas
Todos passamos por problemas desconfortantes em algum momento na vida e a capacidade de analisar e de lidar racionalmente com eles podem nos ajudar a minimizar o nível de estresse causado pela experiência.
Para aqueles que já estão em estado de exaustão algumas medidas podem ser adotadas para ajudar o corpo a se recuperar da exaustão sem sofrer com as manifestações comuns deste estado.
A primeira delas é o descanso pois é durante o sono que o corpo humano consegue regenerar. Noites bem dormidas e, quando possível, sonecas durante o dia ajudam o corpo a recuperar suas energias, a produzir e liberar hormônios essenciais para o equilíbrio bioquímico do corpo e sair do estado de fadiga.
Praticar atividade física é outra medida importante para ajudar o corpo a tornar-se mais resistente ao estresse e também ajudá-lo a sair do estado de fadiga crônica.
Hidratar-se adequadamente é outro requisito importante para ajudar a sair do estado de fadiga. A maior parte de nosso corpo é composta por água e a desidratação sobrecarrega o sistema renal, aumentando seu gasto energético. Em momentos de alto nível de estresse, a desidratação pode colaborar com surgimento de sintomas da síndrome de exaustão.
Alimente-se bem, pois sem o consumo de bons alimentos ou através do consumo de alimentos tóxicos para o corpo seu nível de energia e capacidade de atender as demandas do fator estressor tornam-se cada vez mais baixos. Assim, aumentam-se as chances de se chegar a terceira fase da síndrome de adaptação ao estresse.
Converse mais mais com as pessoas que você confia e admira. Compartilhar os sentimentos sobre as experiências de estresse torna mais fácil a adaptação e a superação de momentos de dificuldade.
Faça atividades ao ar livre e respire ar fresco. Mudanças de ambiente e contato com a natureza nos afasta dos estressores que geram o estado de fadiga e dão ao corpo a oportunidade de se restaurar após exposição ao estresse.
Para alguns indivíduos que levam uma vida muito agitada, que não sobra tempo para cuidar da própria saúde e que começam um novo ciclo de atividades estressantes antes mesmo de se recuperar do anterior, a mudança de estilo de vida mostra-se necessária antes que esses hábitos causem danos irreparáveis à saúde deste indivíduo.
O acompanhamento profissional é fortemente indicado em quadros mais graves de exaustão, quando a pessoa não consegue se recuperar mesmo após adotar as medidas já mencionadas ou gostaria de otimizar o processo de recuperação, tornando-o mais rápido. O acompanhamento multidisciplinar orientado por médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e educadores físicos pode ajudar a dar aquela guinada que faltava para eliminar de vez todo o desconforto provocado pelo estado de exaustão.
Por fim, fica a dica: não deixe o excesso de estresse reduzir sua qualidade de vida, pois ao negligenciar os sinais enviados pelo corpo, por meio dos sintomas, estamos ignorando seu pedido de socorro e avisos de que algo está errado em nosso organismo. Ignorar esses sinais impacta diretamente na pessoa que você será no futuro e na saúde que terá nesse momento de sua vida. Permaneça vigilante e acompanhe nosso trabalho para mais informações.
Referências
http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2068-estresse
Robert Frost,PhD; Applied Kinesiology;2013; North Atlantic Books Berkeley, California